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O Início

Este é meu primeiro post neste blog.
Resolvi postar um trecho de um livro que eu li há uns dois anos. Minha história com esse livro é bem interessante: Ao passar por um sebo no Centro da cidade, não resisti (eu não costumo resistir a sebos!) e entrei. Não tinha nada em mente, mas como já confiava na Sincronicidade naquela época, fechei os olhos e pensei:"Não entrei aqui por acaso, há algum livro me esperando aqui".
Ao abrir os olhos, um pequeno livro no canto da estante "brilhava"... Ao pegá-lo em minhas mãos, pude perceber que era "O Filho do Amanhecer" de Gautama Chopra, filho do Deepak Chopra, um autor de quem gosto bastante.
Ainda não estava convencida de que deveria levar o livro e resolvi abrí-lo, foi quando me deparei com o trecho abaixo.
Gosto muito desse livro, vou voltar a lê-lo.
O post ficou grande, mas sua leitura vale muito a pena.

Sementes da Fortuna

Esta é uma história sobre dois fazendeiros que viveram há muito tempo atrás. Os dois fazendeiros trabalhavam para Indra, o rei dos céus, e etendiam como sendo sua obrigação produzir colheitas e grãos para o seu reino. Os homens consideravam-se muito afortunados por serem empregados diretamente por Indra, e desejavam agradá-lo.
Certo dia, Indra chamou os homens à sua corte e disse-lhes: "Dentro de um ano farei uma grande assembléia. Todos estarão aqui e precisarei ter as melhores colheitas de vocês dois. Quero que concentrem-se neste único objetivo para o próximo ano."


Ambos estavam agradecidos por serem úteis e retornaram imediatamente às suas fazendas para começarem seu trabalho.
Em chegando à sua fazenda, o primeiro fazendeiro arrancou todas as colheitas antigas e plantou mil sementes. Ele juntou seus touros em uma canga e aguou seus campos com mil baldes d'água.
O outro fazendeiro voltou à sua fazenda, plantou um punhado de sementes no pequeno pedaço de terra em frente à sua casa, e aguou as sementes enquanto agradecia aos Deuses por seu crescimento.


À medida que os dias transcorriam, o primeiro fazendeiro começou a sentir-se preocupado com suas plantas. Ele cuidava de suas plantações o dia inteiro, conduzindo seus touros pelo campo várias vezes para que pudessem beber água. Ele ficava observando suas plantações, interessado no destino de cada semente. Ele pensou: "Como posso ser tão abençoado por Indra? Eu não posso desapontá-lo". Mesmo à noite, ele sonhava com suas colheitas; ele sonhava com o fracasso. Seus coração estava tomado pelo medo, e quando acordou suando no meio da noite, pensou: "Nada temerei, trabalharei mais duramente." Mas o medo ainda rondava seu coração.

O outro fazendeiro prosseguiu na sua maneira própria de fazer as coisas. Todas as manhãs saía pela porta e derramava um pouco de água sobre o pequeno pedaço de terra. As pessoas talvez o achassem estranho, mas ele conversava ternamente com suas sementes e até mesmo cantava para ela. À noite, dormia tranquilamente, contente porque suas plantas certamente iriam florescer.

Finalmente, depois que um ano se passara, Indra chamou os dois fazendeiros à sua corte. Os dois homens postaram-se de pé diante dele, e ele dirigiu-se a ambos dizendo: "Minha assembléia é amanhã, o que vocês prepararam?"

O primeiro fazendeiro começou a tremer: "Não tenho nada, Vossa Alteza." Ele estava quase chorando e tomado pelo medo e pela culpa. "Esforcei-me muito. Não abandonei minhas plantas um dia sequer, por isso não consigo compreender por que fracassei em produzir alguma coisa. Por favor, perdoe-me", implorou ele.

Indra fitou o segundo fazendeiro: "E você?"

"Poupe meu irmão, Vossa Alteza. Tenho muitas colheitas. Darei metade das minhas a ele de modo que ambos possamos servi-lo em abundância".

Indra contemplou os dois homens. "Estou curioso, assim como confuso. Como pode haver tamanha diferença entre aquilo que os meus dois melhores fazendeiros produziram? Como cada qual de vocês realizou sua tarefa?"

O primeiro fazendeiro começou a contar sua história: "No primeiro dia arei os campos, plantei mil sementes e agüei-as. Todos os dias cuidava dos meus campos, buscando sinais de crescimento. Não sei dizer por que, mas não cresceram."

Indra olhou para o segundo fazendeiro, que começou a contar sua história: "No primeiro dia plantei um punhado de sementes. Cuidei delas do mesmo modo que cuido dos meus filhos..."

Indra interrompeu: "Como assim?" O fazendeiro continuou: "Criei-os com amor e afeto. Dei-lhes os nutrientes e os alimentos dos quais necessitavam e então deixei-os para que seguissem seu caminho"

O primeiro fazendeiro voltou-se para o outro: "Por que você abandonou sua plantação?" O homem virou-se para o primeiro fazendeiro: "Para que a Mãe Natureza pudesse fazer a sua parte", disse ele. "Os pais não podem estar com seus filhos ou cuidar deles todos os momentos a fim de garantir que cresçam e tornem-se adultos. Crescer é a natureza da vida - Florescer e expandir. É da natureza das plantas florescer quando recebem as condições adequadas para o seu crescimento. Deis às minhas plantas aquilo que precisavam, e confiei na Mãe Natureza para que fizesse o resto. Ela sempre nos apoiará quando tivermos fé em que ela assim o fará".

"Mas eu plantei mil sementes e você plantou apenas um punhado. Como pode ser?" Perguntou o primeiro fazendeiro.

Indra investigou mais a fundo: "Você não temeu que seu pequeno punhado de sementes não seria suficiente?"

"Tenho observado a agricultura por muito tempo", disse o segundo fazendeiro. "Meu avô era fazendeiro e meu pai também o foi antes de mim. Aprendi que dentro de cada semente há um potencial de infinita abundância. Quando uma planta floresce e produz frutos, suas sementes produzem mais plantas que geram frutos. Cada planta ocntém mais sementes do que o necessário para dar continuidade à sua espécie e, neste sentido ela é infinitamente abundante. Quando plantei minhas sementes, esperei receber abundância. Agradeci-as por partilharem sua abundância comigo, sebendo que eu estava alimentando uma quantidade infinitas vezes maior."

"Mas quando vi que minhas plantas não estavam crescendo, fiquei assustado e esforcei-me ainda mais!", exclamou o primeiro fazendeiro. "Você nunca temeu que suas plantas não crescessem?" O segundo fazendeiro respondeu: "Eu sabia que o medo não ajudaria minhas plantas a crescerem. O medo faz com que criemos aquilo que tememos. Sabendo disso, escolhi plantar amor no meu coração e alimentá-lo com gratidão. O amor afugenta o medo, e a gratidão mantém o amor vivo. Onde existe amor, não há lugar para o medo. Não posso servi-lo bem, Indra, se eu não for um homem feliz."

O primeiro fazendeiro falou novamente:"Agora eu compreendo que atraí meus temores sobre mim ao prestar atenção a eles." Ele levantou seu olhar para Indra: "Qual será minha punição por tê-lo decepcionado?"

Indra fitou o homem. "Acho que você já sofreu o bastante, preocupando-se ao longo de todo este ano, temendo os dias que viriam, e sentindo-se culpado pelos dias que se passaram. Há uma outra semente aqui, a semente da oportunidade para aprender e aperfeiçor-se no futuro. Vocês dois estão convidados para minha assembléia amanhã."

Comentários

Anônimo disse…
Finalmente visitei sua casa e gostei desse canto literário.

E literatura indiana também me fascina... Aliás, fascina-me letras bem escritas.

beijos

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